quinta-feira, novembro 16, 2006

O BRASIL FORMA CIDADÃOS?

LIANA ALCANTARA

Tendo em vista o nosso constitucional direito de exercer a soberania popular, há muito dando voltas em minha mente, está um poderoso e legítimo instrumento de manifestaçaão direta da democracia, a nossa não muito conhecida, INICIATIVA POPULAR.

Um projeto de lei que pode ser construído pelo povo e depois submetido a votação pelo congresso nacional. Ainda que a meu juízo pessoal, deveriam ter elaborado esta lei de maneira que fôsse mais fácil, para a população atingir este objetivo, considerando a necessidade de uma elevada cifra de 1,2 milhões de assinaturas de eleitores e que devem estar distribuídas em pelo menos 5 estados brasileiros, para que essa meta possa ser atingida. Apesar que um recurso eficaz como a internet, faz aumentar a propabilidade de realizar uma manifestação de cidadania, desse tipo.

Correndo em minhas artérias e veias, um sangue mesclado de sentimento, razão, raças, climas, culturas, lutas, história, da maravilhosa e reveladora diversidade brasileira, nego-me a deixar de SONHAR e os convido a compartilhar de minhas idéias, que provavelmente outros já pensaram igual, para que as palavras se fortaleçam de mente em mente, e se materializem em uma nova história para a educação de nosso QUERIDO POVO BRASILEIRO.

Creio que se desperdiça demasiado tempo e energia pessoal, no tradicional sistema de ensino do Brasil, tanto público como privado. Não sou profissional da área de educação, move-me um profundo sentido de justiça e desenvolvimento social, que necessariamente originaria melhor organização política e crescimento econômico para nosso país. E todos viveríamos melhor.

Tenho sugestões para revolucionar a educação brasileira. Sonho?...Utopia?...Insensatez?...Oxalá, pudera ser realidade um dia!!!... Primeiro, vejo a urgente necessidade de diminuir a quantidade de coisas "não práticas" do conteúdo programático das escolas públicas e privadas, desde o nível primário, do antigo ginásio e antigo científico.

Seria cortar os amontoados de palavras, datas, números, informações pouco práticas, que
mais parece servirem para preencher carga horária. E ao final, lês e estudas tantos detalhes de todas as diciplinas convencionais, com tanta profundidade, e com o passar dos anos, em tua vida adulta cotidiana, te esqueces de um montão delas, não as utilizas para nada na profissão ou caminho que escolhestes pra seguir. E fica a sensação de tempo perdido que poderia ter sido utilizado em estudos mais relacionados a tua inclinação pessoal, e de como seria poupado teu cérebro e tuas energias para que se ocupassem em criar com mais fluidez.

Não proponho cortar disciplinas, mas ministrar o básico de cada uma delas.O imprescindível para o desenvolvimento da linguagem falada e escrita, da lógica, da criatividade, da autonomia, da memória etc, etc.

Ou seja, direcionar, desde o mais breve possível, o ensino específicamente para cada aptidão individual do aluno. Através da ação de pessoal qualificado, com testes psicotécnicos e outros instrumentos criados por esses profissionais. Seriam as "mini-faculdades pré-universitárias".
Por exemplo. Todos os alunos aprendendo o básico da matemática, física, história, português, das diciplinas convencionais etc, etc, e gradualmente iriam sendo separados, de acordo com suas inclinações, para salas de ensino "enxuto", direcionado. E desde cedo já existiriam as salas separadas para os de ciências exatas, ciências humanas etc. E aí se aprofundariam, pouco a pouco, as disciplinas. E assim, evitava-se um stress desnecessário de um aluno
que tende para a psicologia ou arte ou medicina etc, e que tivesse de usar grande parte de seu tempo com cálculos muito complexos de física e matemática, por exemplo.

Estes seguiriam estudando essas ciências exatas, mas de uma forma mais amena e orientada para a prática cotidiana. E por outro lado, se dedicariam com mais especificidade ao que sua natureza pede para estudar. E um ensino assim fomentaria mais facilmente o aparecimento das mentes brilhantes, dentro de cada profissão. Se formariam menos profissionais medianos e
mais profissionais altamente capacitados. Ou seja, o tempo economizado neste processo de reforma do ensino brasileiro, seria utilizado, inteligentemente, nas "mini-faculdades" para:

-Capacitar excelentes profissionais. Que serao pessoas mais felizes, sujeitos ativos das transformações positivas sociais de nosso Brasil.

-Ensinar noções de direito civil, tributário, constitucional, conceitos básicos de sociologia, economia e política.

-Ensinar a elaboração de projetos sociais.Criando um compromisso natural do futuro profissional com sua sociedade.

-Diminuir a repetência escolar.

-Aumentar a aprendizagem.

-Fomentar a conscientização de ser cidadão, formador de opinião pública, transformador dos rumos históricos de seu país e do mundo.

-Ensinar artes em geral.

-Melhorar a qualidade de ensino de outro idioma e de noções de informática,tao necessários para os tempos modernos, etc, etc

Deste modo, se estaria formando verdadeiros cidadãos e vivenciando os direitos e deveres de cidadania. Trocando em miúdos, todos os setores da sociedade brasileira se beneficiariam com essas mudanças e acabaríamos com uma grande parte do stress para nossas mentes, já que a vida nos aguarda sempre com tantos altos e baixos. Alguém mais assina essa quase loucura, talvez realidade, quem sabe quimera de uma revolução no ensino brasileiro???

Sou a primeira das 1,2 milhões de assinaturas para que essa manifestação se torne realidade personificada em uma iniciativa popular. Ainda que os ecos dessas linhas escritas só sejam escutados depois de décadas e que seja necessário uma equipe multidisciplinar para montar uma proposta tão complexa, ainda assim,fica a esperança.

Aguardo novas idéias para essa quase utópica intenção de elaboração de um projeto...esse quase utópico projeto....

Um grande abraço a todos!!

2 comentários:

Anônimo disse...

Imediatamente, me apresento como o número 2, em sua lista. Isto é, se outros já não o fizeram...
Brilhantemente óbvia, que ulula de forma indelével! O conhecido "ôvo de Colombo". Eu mesmo, desde a infância me perguntava, o "pra que", de determinadas coisas apreendidas na escola, as quais detestava... meu pai me queria médico, minha mãe me via cursando o Instituto Rio Branco, quem sabe, Diplomata... eu, queria ser artista. Ao final das contas, não dei pra nada... aos quase sessenta anos, sou fotógrafo, artista plástico e designer gráfico... para nada me serviram, as equações matemáticas, as fórmulas químicas e as datas decoradas de nossa história.
Conte comigo!
Guy Joseph

Hugo Caldas disse...

Terceirão, Guy. Liana tocou na ferida . Vocês já viram coisa mais surrealista do que o vestibular? Neguinho querendo fazer geografia e ter que estudar física, química e bilogia...
Ah, meu pai me queria piloto da FAB e minha mãe (ah, as Pereira)também me sonhava no Itamarati. Nem uma coisa e graça~s à Deus nem outra. Acho que temos mesmo que esmiuçar esse texto da dra. Abraço nela e em vosmicê. Hugão