quinta-feira, maio 15, 2008

Palavras de uma filha ao pai assassino.


Valdez Juval

Oh! Pai. Por que me abandonas?... Por que me bates tanto assim?... Que fiz?... Veja, sou tão pequena ainda! Muitas coisas não posso entender corretamente e se errei, quero te pedir desculpas. Gosto tanto de ti! Não me lembro de ter te desobedecido ou feito má-criação mas, se não me comportei como devia, prometo que não farei mais.

Pelo amor de Deus, pai, pare de me bater e não deixe que a tia me maltrate também...

Está doendo tanto!... Já não consigo mais respirar!...
Tudo está ficando escuro ao meu redor...
Sinto um gosto amargo na boca e um ardor grande na testa.

Oh, não!... Não apertem mais ainda!... Não me sufoquem!... Deixa te dizer, pai, como quero tanto viver! Quero ser feliz com todos. Vejam pelas minhas fotos, que nunca estou triste. É antevendo a felicidade da vida sempre ao lado de todos. Não deixem que meus irmãos percebam que estão me batendo, até parecendo quererem a minha morte!

Se me sinto sem culpa, imagino-os que são mais inocentes ainda!

Pai, já pensou no que poderá acontecer contigo e com a tia? Quem cuidará de meus irmãozinhos? Não ofereçam a eles o mesmo fim que estão querendo para mim.
Oh, Pai!... Já não agüento mais... Parem!... Parem!...
Oh, meu Deus! Perdoem, eles não sabem o que fazem.

Um comentário:

Anônimo disse...

Aquele pai ainda terá paz de espírito para viver? Para ele, penso, a morte seria uma doce saída.