domingo, junho 08, 2008

O EVANGELHO, SEGUNDO OS APÓSTOLOS PETISTAS


Na Paraíba quem não é parente é compadre. Quando não é compadre torna-se amigo como se tornou este intrépido Virgulino. O cabra é bom de escrita e costuma perpetrar belas e certeiras crônicas que nem tiro de fuzil. Paraibano por derradeiro...! Nossas boas-vindas meu caro Alencar. H.C.

José Virgulino de Alencar

Nestes tempos do início da terceira centúria DC, governa a Brasiléia o líder messiânico, popularesco, iletrado, barba fechada, de nome Lula da Silva, falando, como juram seus seguidores, a língua do povo, distribuindo esmolas à pobreza, protestando contra as elites, embora, na realidade, tenha dado pouco pão para dividir com muitos pobres e tenha deixado muito trigo nas mãos de poucos ricos. Apesar disso, conseguiu juntar em torno dele uma grande massa de excluídos, sem instrução, sem informação, que acredita nele e nos prometidos milagres, que nunca ocorrem, em favor dos necessitados.

Do mesmo modo, vem polarizando em torno de si as elites dominantes, donas de todas as riquezas, proprietárias de todas as terras, donas, enfim, da nova terra prometida, a Brasiléia. Com essas elites ele participa de faustosos banquetes, onde, aí sim, ele faz o milagre de multiplicar os peixes, os vinhos, os caviares, em ceias festivas, constantes e duradouras.

Os vendilhões do templo com certeza não serão expulsos por ele, justificando que essas elites contribuem para a manutenção de sua nova idéia político-religiosa, aceitando a cartilha do neoliberalismo, concordando com os que desejam tomar a imensa e cobiçada floresta da Brasiléia, a Hiléia Amazônica, em cujo solo e sub-solo há um rico potencial em água, madeira e minério.

Hordas de sem-terra e sem-teto desfilam, tendo à frente um bando de líderes vigaristas, pelas ruas e fazendas da Brasiléia, muito mais seguindo as palavras do pretenso salvador do que lutando efetivamente por terras e por tetos. Tendo garantidos os recursos para os agrupamentos que se dizem carismáticos, são alojados em barracas para se abrigarem, recebem treinamentos para as estratégias das lutas pelo poder, onde gritam palavras de ordem e ameaçam os ímpios proprietários de terras. E assim os sem-terra e sem-teto dão sustentabilidade ao seu mestre e guia.

Entretanto, o guia, para não contrariar os latifundiários que têm força para defenestrá-lo do poder, oferece benefícios, créditos privilegiados e até perdão das dívidas dos agronegociantes, assegurando um ambiente de paz aparente, onde a ameaça de violência solta fumaça mas, até agora, não queimou ninguém.

Nesse contexto, vai o guia neo-messiânico vivendo e mantendo a longevidade do poder e da liderança dentro do novo conceito de espiritualidade, tendo como templo toda a vastidão da Brasiléia, prescindindo ele de igrejas, catedrais, capelas e santuários. Sua oração é só bla-bla-blá, uma algaravia ininteligível, um sermão que, por não ser entendido, leva algumas pessoas, para não se confessarem incultas e desinformadas, a entrarem na onda da nova surfosa idéia espiritual/política, sem lógica de fundo e sem conteúdo, além de destrambelhada na forma.

Passando já um longo tempo de domínio da farsa messiânica, uma pergunta que não quer calar está soprando no ar: Por que esse messias, falso guia, pregador do vazio, não será pregado na cruz, imolado e crucificado na madeira?

Cristo, o verdadeiro messias, por muito menos, foi torturado, lacerado e crucificado.

Segundo o evangelho dos sectários petistas, o messias daqueles tempos e seus seguidores não tiveram a habilidade e o jogo de cintura dos messiânicos desta era da terceira centúria DC.

Vinte e um séculos foram o bastante para adquirirem malandragem e esperteza.

Ah, ta explicado!

virgulinoalencar@hotmail.com

2 comentários:

Anônimo disse...

Hugo: Não é pela transcrição do meu texto, mas é um tetemunho sincero. Seu Blog é uma página que honta a rede de Internet e a comunicação de um modo geral.

Está em meu favoritos. Parabéns.

Virgolino

Anônimo disse...

Virgolino:
Obrigado pela parte que me toca, como diria Dona Dondinha, minha avó.
Hugo