sábado, janeiro 31, 2009

A SEMANA

Hugo Caldas

A Bispa da Renascer é Uma Boa Bisca

Nove pessoas morreram com o desabamento do teto da Igreja Renascer em São Paulo. Já faz uma semana do acidente e a "Sagrada Família" ou melhor, os bispos - ainda bem que lá não tem Papa - Sonia e Estevam nada fizeram de concreto (ops). A não ser transmissões via satélite desde Miami, onde estão detidos, de um sem número de cultos cibernéticos onde proliferam o ranço do lugar comum da "fatalidade e da tragédia" e desveladas ameaças ao afirmarem que "iremos nos levantar contra os inimigos que nos perseguem. É bom não mexer conosco, ou nos levantaremos para perseguir nossos inimigos."

Enquanto a furiosa bispa pregava, funcionários da Renascer chegavam até os fiés com maquininhas de cartões de crédito e débito ao mesmo tempo em que "passavam a sacolinha" onde se colocavam os envelopes com grana viva e cheques.

Ao final da transmissão, o Bispo Hernandez apareceu na frente das câmeras para dizer algumas palavras finais. Mais uma vez, qual o "Jim Jones do Chico Anysio" conjecturou sobre a legalidade da Igreja, que tudo não havia passado de uma mera fatalidade e aproveitou para reforçar o cartaz da bispa: "Ela pregou com o fogo de Deus".

E nada mais disse e muito menos lhe foi perguntado!

A Desgraceira do Sotaque

Mas não é que o Hortelino Troca-Letras, aquele da cara de nazista, o ministro Herr Unger, o Mangabeira não sei das quantas, num rasgo de sensatez deixou os assuntos estratégicos de lado e largou o pau a criticar o Bolsa Família! Foi em entrevista à O Globo, na última quinta-feira a façanha, que terminou por provocar o maior mal estar dentro da panelinha do Planalto.

Mangabeira então pediu o penico e telefonou afobadíssimo para se explicar ao ministro da Comunicação Social Franklin Martins que achou por bem passar o abacaxi a quem de direito e sugeriu que ele se explicasse ao ministro Patrus (isso é lá nome cristão!) Ananias até segundo aviso ainda responsável pelo programa.

Depois de dizer ao Patrus que não tinha dito nada daquilo, antes muito pelo contrário, Mangabeira arranjou essa desculpa esfarrapada:

- "Acho que repóórrter não entenderrr muito bem a minha sotaque" -

Antigo professor da Universidade de Havard, falam à boca pequena que ele foi mestre do Obama. Mangabeira Unger é o único brasileiro que fala português como sotaque de gringo. O Rabino Henry Sobel (bela gravata) fala bem melhor do que ele. E olha que o Rabino é gringo de verdade.

Só para iniciados. Quem nasceu na Paraíba, por exemplo!

Tenho andado como sempre amargurado com os sucessos de Pindorama, estes últimos dias. Resolvi então voltar ao Miramar da minha juventude onde a minha mãe - Dona Dalvinha - nos preparava uma refeição supimpa. Chama-se "Cabeça de Galo" e acho que todo paraibano que se preze conhece ou conheceu um dia. Em verdade vos digo. É de comer de joelhos. De vez em quando mato a saudade aqui mesmo na Mauricéia. Tente fazer este fim de semana. Segue a receita.

Receita de Cabeça-de-Galo

ingredientes:

1 molho de coentro
1 molho de cebolinho
1 pimentão
1 cebola média
2 dentes de alho
2 tomates médios
4 ovos
farinha de mandioca
1 litro de água
azeite, pimenta e sal a gosto

Modo de preparar

Coloque a água para ferver na chaleira.
Coloque todos os ingredientes cortados em uma panela.
Tempere com sal, pimenta do reino alho e ponha
um fio de azeite de oliva para refogar.
Acrescente a água fervente para fazer o caldo.
Quebre os ovos nesse caldo e tampe.
Retire os ovos quando estiverem cozidos.
Do caldo faça um pirão nem ralo nem grosso - na medida
com a farinha de mandioca. Na medida também, nem grossa nem fina. Sirva quente.

É forte de levantar até defunto. Depois pode bater uma fraqueza. Faça então como sugeria meu avô Major Ambrósio: "Um cálice de licor Napoleon, rede no terraço, acender um Havana e haja peido no mundo."

hucaldas@gmail.com
newbulletinboard.blogspot.com

3 comentários:

Unknown disse...

Consideradíssimo amigo, amanhã, domingo, vou fazer Cabeça-de-galo em sua homenagem.

Na receita que trago na memória, o prato, embora tenha "sustança" para ser comido, digamos, sozinho, faz o papel de acompanhamento.

O melhor de todos é a carne de sol e, modéstia à parte, a que faço aqui não fica a dever àquelas da nossa terra e é até melhor, pois faço-a com contrafilé.

Tá combinado, então: amanhã teremos Cabeça-de-galo com carne de sol em homenagem ao velho e querido amigo.

Receba aquele abração sempre saudoso e afetuoso do seu fã, Japi/Galego/Cabelo-de-fogo/Moacir de Neusa.

Anônimo disse...

Hugão
Minha mãe também, como boa paraibana de Itabaiana, preparava esse prato Cabeça de Galo. Costumávamos almoçar como acompanhamento a qualquer carne que fosse servida no dia: carne assada, bode, bisteca ou mesmo a carne de sol como a que o amigo Celso vai se deliciar amanhã.
É de dar água na boca só de falar...
Pensando bem acho que vou preparar uma cabeça de galo para lembrar as duas Marias a de Lourdes e a Dalva.
E um bom domingo para todos vocês.
Mary

Anônimo disse...

Oh, rapaz. Manda logo essa sua receita de carne de sol de contrafilé que eu já fiquei lambendo os beiços. Grato pelas lantejoulas. Hugo
PS A Mary aí em cima andou trocando as bolas quanto ao seu nome que aliás vosmicê usou nada menos de 4. Hellas!