quarta-feira, julho 29, 2009

UTOPIA + SONHOS = PESADELOS

José Virgolino de Alencar

O sonho de um mundo justo e igualitário, para o idealismo, que é eterno, não morreu, nem morrerá. Entretanto, o sonho do socialismo ortodoxo, praticado no Século XX, não é mais sonho, nem utopia, é pesadelo que mexe com os socialistas ao lembrarem do enterro da idéia sob os escombros do muro de Berlim.

Esse caminho, em nosso tempo, acabou-se, não é mais estrada a se palmilhar, é apenas o cemitério onde jazem soterrados os finados socialistas da ortodoxia marxista-leninista e seus acólitos e discípulos.

Alguns idealistas ainda acreditam como sonho vivo a possibilidade de se construir, mesmo num futuro remoto, a ilha da Utopia, tal como descrita por Rafael Hitlodeu a Tomás Morus, onde se propugna um Estado preocupado com a felicidade coletiva e a organização da produção, mas com fundamento e escopo na religião, na crença em uma base espiritual.

Tendo como modelo "A República" e "As Leis de Platão", Tomás Morus lançou o ideal utópico e, por ter base espiritual, inspirou confiança ao ponto de ser canonizado pela Igreja.

No mundo hodierno, contudo, não há espaço para o Estado socialista ou socializante, porque as lideranças que tomaram a frente na condução do ideal não tinham o idealismo na alma e, seduzidos pelo poder, se corromperam e corromperam os idealistas chamados à divisão do mando.

Os idealistas que não galgaram o poder, não se corromperam e somente apoiaram e aplaudiram os mandantes, ficaram e continuam falando sozinhos, pregando no deserto.

A formação de lideranças capazes de edificar a ilha da Utopia levará muitas centúrias para sua maturação, restando às novas e futuras gerações a luta para criar as bases para a construção do sonhado mundo justo e igualitário.

A geração a que pertenço não verá sequer a luz no fim do túnel, de onde vislumbraria as esperanças de que nossos nepotis terão o mundo que tanto sonhamos.

Assim, na era atual, utopia + sonhos = pesadelos.

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