quarta-feira, abril 14, 2010

Cenas de Filmes

A situação em Pindorama vem se agravando a tal ponto que tudo fica parecendo mais um pesadelo monumental. Nunca senti tanta vergonha em ser brasileiro. Tudo neste país é distorcido. Não se pode emitir uma opinião. Por mais simplória que seja. Pois bem, já que não posso manter o nariz eternamente tapado para não aspirar a fedentina dessa política do caos, inauguro hoje, no Blog, uma nova seção. Cenas antológicas de filmes famosos. Sei que pode parecer uma fuga mas...

Esta é uma das cenas mais admiráveis do cinema. O filme é "Sinfonia de Paris", onde uma versão resumida de um concerto de George Gershwin é apresentada pelo personagem de Oscar Levant, Adam Cook, pianista meio boêmio e esforçado, que sonha estar executando um concerto para um público de gala em um teatro. Com a evolução da cena, Adam também evolui na sua fantasia em que ele é também todos os outros membros da orquestra, bem como o condutor e ainda termina por aplaudir à si próprio.

"An American in Paris" é um filme musical de 1951 da MGM inspirado em uma composição de George Gershwin com letras do seu irmão Ira e arranjos de Saul Chaplin o diretor musical. Gente muito boa no elenco: Gene Kelly, Leslie Caron, Oscar Levant, Georges Guétary, Nina Foch, entre outros. Recebeu o Oscar de melhor direção de arte, melhor fotografia, melhor figurino, melhor trilha sonora, melhor filme e melhor roteiro. Foi indicado para as categorias de melhor diretor e melhor montagem. A história se passa em Paris do pós guerra. Foi dirigido por Vincent Minelli com roteiro de Alan Jay Lerner.

Informação adicional sobre Oscar Levant:

Por conta da sua hipocondria e de tanto se automedicar terminou viciado em remédios e várias vezes a sua esposa o internou em sanatórios. Oscar Levant foi na vida real um grande pianista, e compositor que privava da amizade de Gershwin. Era considerado um gênio por muitos. "Há uma tênue linha, dizia ele, entre o gênio e a insanidade. Eu já apaguei há muito essa linha". Em seu túmulo há a seguinte inscrição: "Eu disse que era doente."

Confiram clicando no link abaixo. HC.

http://www.youtube.com/watch?v=HzmsCt3zP8A

3 comentários:

Carlos Mello disse...

"Hugo, o mesmo engulho que a política brasileira provoca em nós, esse tipo de matéria, leve, bonita, inteligente, provoca no cérebro de ervilha das ditas esquerdas, que devem achar "Um americano em Paris" propaganda capitalista, alienação, ou qualquer outra bobagem de seu manualzinho ideológico. Deixa essa gente pra lá, a vida é muito breve para nos preocuparmos com idiotas e apedeutas. Carlos Mello"

Fábia disse...

Hugo
ADOREI a idéia!

Sim, pode parecer uma fuga, mas sem dúvida uma ocupação terapéutica contra os efeitos agressivos das malhações dos judas, afinal a coisa chega à um ponto em que ou a gente se recusa a olhar nos olhos da medusa ou inocentemente encara o monstro e vira pedra.
O filme me fez lembrar de um garoto que conheci no workshop da Paula Gaitano, viúva do Glauber Rocha, na Energisa de J.Pessoa. O menino, de nome que esqueci, fez um video com o celular. As cenas mostravam uma grande Odisséia em torno da busca de algo importantíssimo que finalmente era apenas um pequeno chip pelo qual se morria ou se matava. E o que fez a gente rir: no final do filme tudo, desde o autor, produtor ào ator: foi feito por ele mesmo.
Interessante analisar essa vontade do artista poder através da realisação. Diferente do poder na política... Portanto meu voto para o poder da arte!
Manda mais!
Fabia

Mary Caldas disse...

Hugão,
assisti esse filme "Sinfonia de Paris" há muito tempo e não observei a beleza dessa cena.
Na verdade, não havia me dado conta do que ela representava na época com os parcos recursos de filmagem, em plena década de cinquenta. O bom reconhecimento por ter levado seis estuetas no Oscar já foi bem merecido.
O que impressiona é que ele toca com o corpo, a alma e o coração!
It's amazing!