terça-feira, junho 28, 2011
O Brasil Anedótico
O GUARDA-CHUVA DO PADRE SEVERIANO
De regresso de Paris, onde deixara a batina, o padre Severiano de Rezende surgia, uma tarde, à rua Gonçalves Dias, trajando jaquetão claro, chapéu de palha, flor à lapela, mas tendo à mão, em conflito com aquela meia elegância, um guarda-chuva de cabo torcido. Ao encontrá-lo à porta da Confeitaria Colombo, Emílio de Menezes abriu os braços para estreitá-lo:
- Estás belo, padre, assim à paisana!
- Achas?
- Decerto.
E olhando melhor:
- Agora, é só a bengala que traja à clerical.
- Que bengala? - estranhou o ex-sacerdote. - Isto é um guarda-chuva...
E Emílio:
- Pois é isso mesmo: que é um guarda-chuva senão uma bengala de batina?
Humberto de Campos - Discurso na Academia Brasileira de Letras, 8 de maio de 1920.
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Um comentário:
Não poderia ter dado resposta melhor. E resolveu a questão. Abraços. Márcia
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