terça-feira, novembro 29, 2011

O que nos anestesiou?

Do leitor do Blog do Ricardo Noblat que se assina Luiz Alberto

Em que estação da história deixamos a ética, a vergonha na cara, a coragem e a verdade? Por que defendemos com unhas e dentes o lixo ideológico como se fosse um primado político? O que nos anestesiou, ou nocauteou nossas virtudes mais básicas, para aceitarmos as imposições de uma ralé moral que acabou dominando o cenário? Por que gente desprovida de limites nos domina, nos explora e nos engana? Qual a diferença que existe entre os exploradores externos sem escrúpulos que colonizaram nosso passado e os medíocres colonizadores internos que escravizam nossas mentes e nossa dignidade? Laços fora Brasil. Libertas e seras tamen.

Um comentário:

Unknown disse...

Eu lhe respondo o que nos anestesiou, Luiz Alberto:


A Gênese em Prosa e Verso.

Ó Camões! Como tu és, em tua eternidade e culpa, responsável por teres glorificado em loas as virtudes lusitanas que aqui não chegaram. Trouxeram-nos sim, em Naus Caravelas, embarcadas por ratazanas, que, com certeza aqui desembarcaram, só nevoa sujo-escuro suja, que de "certo" não se fazia notar em Castelo de Belmonte, terra de Cabral em Beira Baixa!...

Pois foram de Cabral
essas Naus Caravelas, que,
de gênese Lusitana vindas,
trouxeram, de onde concebidas,
mais as aqui nascidas e crescidas e,
das crescidas, as mal nascidas agora
Nevoas sujo-escuro sujas!...

São as “ondas e o mar” de Caymme,
que sem o Mestre se contradizem agora,
aquelas que morrem em "marolinha" e
o outro que não lava mais das praias
As nevoas sujo-escuro sujas!...

São o “Tempo e o Vento” de Veríssimo,
que sem o Mestre se contradizem agora,
o que ao passar não passa e apaga
e o que não sopra pra longe
As nevoas sujo-escuro sujas!...

São versos diversos sem Drummod;
São letras sem rimas de Vinicius;
São melodias sem o “tom” de Jobim;
São letras e melodias sem a voz de Elis;
São verdades não ditas nas letras de Roberto;
São encaracolados de Caetano que se alisam;
São “línguas soltas” de Gilberto que se travam,
que agora sem os mestres se contradizem,
pois que os ausentes nada podem e
os indiferentes se dignam com
As nevoas sujo-escuro sujas!...

Triste intervalo de tempo...
De lembranças tristes... Piores?...
Não sei, mas com esperança.
Que triste contradição dos tempos,
com certeza agora piores, são
As nevoas sujo-escuro sujas!...

Que saudade da coragem atrevida, mas sábia de Ulisses;
Que saudade dos acomodados bastidores de Tancredo;
Que saudade das inconseqüências de Brizola;
Que saudade dos gritos de Diretas Já;
Que saudade daqueles guris Caras-Pintadas;
Faltam agora os gritos de decência já;
Faltam civilidades pintadas de verde e de amarelo
Oh! Nevoas sujo-escuro sujas!...

O que nos adiantaria não fossem os Mestres
Sem aquele desarmamento de almas;
Sem o ensarilhamento de armas nos quartéis;
Sem o nobre reconhecimento do erro.
Oh! Nevoas sujo-escuro sujas!...

Agora é a vez dos “vermes”
se banquetearem com o que jaz
Inerte, sem as sábias vozes e letras,
Em agonia, imperfeito sim,
Mas este é o meu País. Doi!...
Oh! Nevoa sujo-escuro suja!...

É a gênese lusitana confirmando
O meio entre o princípio e o agora
Das nevoas sujo-escuro sujas!...


Delmar Fontoura.