quarta-feira, fevereiro 15, 2012

Bunda


Celso Japiassu

O amigo afirma que bundas são como rostos, uma é sempre diferente da outra. Não existem duas iguais no mundo, até mesmo entre as gêmeas existem diferenças sutis. E, como fazem os rostos, têm expressão própria no corpo da mulher quando se movimentam no ritmo do andar. Podem transmitir alegria e até mesmo certa tristeza na forma de se mover ao dançar frenética ou caminhar desoladamente.

Podem ser finas, magras ou calipígias. As mulheres brancas costumam apresentar o formato de pera, as negras uma forma de maçã e entre esses tipos as variações são infinitas e nunca se repetem.

Drummond talvez tenha sido quem melhor entendeu essas nuances:

Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda,
redunda .

Do Blog: http://celsojapiassu.blogspot.com

3 comentários:

Jorge Zaupa disse...

Ó quão bunda é a vida!

Unknown disse...

Como só parte?...

Como ver só parte?...
Se com a visão
vejo a bruma aurea
no caminho que trilham!...

Como ouvir só parte?...
Se com a audição ouço
o murmurar de suas curvas,
como folhas ao vento!...

Como tatiar só parte?...
Se com o tato sinto
suas mãos com as quais,
ternamente, me acariciam!...

Como saborear só parte?...
Se com o paladar
Me sacio no banquete
De amor que servem!...

Como cheirar só parte?...
Se com o olfato sinto o
Perfume de rosas, de
Seus corpos por inteiro!...

Na esperança que saibam,
lanço, respeitoso protesto
e, com a lógica dos sentidos,
me permito velas por inteiro!...

Com minhas humildes pecepções,
súdito dessas Deusas brejeiras,
sobrevivo somente porque existem.
Oh Mulheres! As vejo por inteiras !...


Delmar Fontoura.

Márcia Barcellos da Cunha disse...

Uma verdadeira escultura. Abraços. Márcia.