quarta-feira, agosto 29, 2012

Mensalão: o que poucos sabem, e o Brasil deveria saber

Manoel Pastana

O texto é longo, mas é imprescindível a leitura. O assunto Mensalão ainda vai dar panos pras mangas. Há muita lingüiça por debaixo desse angu. É uma fedentina só. Leiam e se informem sobre essa desgraça que assola o país. HC

RELATO QUE MOSTRA AS VÍSCERAS DAS AUTORIDADES QUE JULGAM NESTE PAIS. SIMPLESMENTE VERGONHOSO.

“Juízes, Polícia, Ministério Público, advogados públicos. Porque eles têm um poder de chantagear os poderes públicos. E dizem: ou você faz isso ou a gente vai criar uma tremenda encrenca.” (Trecho de entrevista do Corregedor-Geral do MPF, Eugênio Aragão, falando sobre “chantagem” para aumento de salário)

Vive-se um momento histórico com o julgamento do Mensalão. Isso todo mundo sabe. O que quase ninguém sabe é que as provas são escassas. Contra José Dirceu, apontado como o líder do esquema criminoso, não existem provas, apenas indícios e meras conjecturas. Por meio deste artigo, mostrarei, entre outras coisas - como a explicação para a declaração transcrita acima - a razão da carência de provas no processo Mensalão.

Por que o então procurador-geral da República (PGR), Antonio Fernando, autor da denúncia do Mensalão, NÃO foi sequer criticado por petista algum do alto escalão, apesar de ter imputado ao PT a tentativa de perpetuação no poder, por meio de “sofisticada organização criminosa? Além disso, ele “acusou” de chefe da organização, José Dirceu, um dos expoentes do partido situacionista e amigo pessoal de Lula. Antonio Fernando não sofreu crítica e ainda foi reconduzido no cargo pelo ex-Presidente Lula. Será que Lula e os caciques petistas nada fizeram contra Antonio Fernando porque compreenderam que ele apenas cumpriu o seu dever legal? Quem acredita nessa hipótese, provavelmente também acredita em Papai Noel, Saci Pererê, Mula sem cabeça, duendes...

Peço escusas pela ironia, mas é que a situação é muito séria e procuro amenizar para facilitar a leitura. Assinalo que eu não seria irresponsável de escrever sem conhecimento de causa, pois tenho um nome e um cargo a zelar (sou procurador da República e estou na ativa). Há 31 anos encontro-me no serviço público, ocupei diversos cargos, todos conquistados por concurso. Aliás, só na área jurídica, passei em seis concursos, sendo três em primeiro lugar.

Leia mais em: http://www.manoelpastana.com.br/

Manoel do Socorro Tavares Pastana é autor do livro autobiográfico, "De Faxineiro a Procurador da República", membro do Ministério Público Federal (MPF), instituição na qual ingressou no ano de 1996, no cargo de Procurador da República, por meio de concurso público de provas e títulos. Em dezembro de 2003 foi promovido a Procurador Regional da República (segunda instância). Atualmente está lotado na Procuradoria Regional da República da 4ª Região, oficiando perante o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que tem jurisdição sobre os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. 

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