terça-feira, outubro 23, 2012

O deboche virou cadeia


josémariaLealpaes

Ternos de fino talhe em finíssimas padronagens, MTB ou Márcio Tomás Bastos – ar de Anibal depois de cruzar o Ródano e atravessar os Alpes – desfilava, esnobe, em Brasília, dias antes e no primeiro do julgamento do mensalão, como a primeiríssima grandeza estelar no plenário do STF. Em 2005, dublê de ministro da Justiça e advogado de Lula, MTB engendrou o criminoso argumento do caixa dois partidário. Agora, parecia antever o acórdão condescendente. Parecia tudo pronto para o show de arrasadora eficiência na absolvição de bandidos e pilantras. Parecia. MTB na proa, acreditavam os defensores da quadrilha e a esquadra vermelha petista Brasil afora que ao menos os oito ministros nomeados por Lula e Dilma  julgariam a bandidagem mensaleira com a gratidão de comparsas. Deu chabu. Em linguagem marginal,  “tá tudo condenado, mano”. MTB sumiu do noticiário e dos holofotes. A julgar pela constelação de sóis da advocacia nacional, contratada a ouro, jamais se viu cadeia de intervenções bisonhas e bizarras em sustentações orais na tribuna do Supremo. A piada de salão, na profecia debochada de Delúbio, virou condenação dos anjos do mensalão. Cadeia neles!

Nenhum comentário: