domingo, janeiro 13, 2013

Quem diz o que quer, ouve o que não quer!


Decididamente esse inicio de 2013 não foi nada prazeroso para mim. Logo de cara, houve o que alguns de vocês já sabem, a coisa de ter passado mal e sido levado a se internar com uma crise braba de respiração. Porém, meus caros as dores físicas, mercê de uma sábia prescrição médica, acabam por serem curadas. Ruim mesmo são as dores morais, àquelas que calam fundo na alma da gente.

Pois muito bem, estava eu posto em sossego, na varanda do meu tugúrio, plantado à beira do Atlântico, curtindo uma convalescença, no dolce far niente. Uma coisa, no entanto me dizia para dar uma passada no computador. E não é que eu estava certo! Lá, estampada numa rede social estava, o escracho, a falta de respeito, o ataque gratuito, a perfídia e o pior, usando o insidioso recurso da indireta. Gelei. Leve tonteira: será que terei que voltar à clinica? Essas coisas me fazem muito mal.

A frase que encima estas mal-traçadas era uma das máximas preferidas da minha mãe, a pessoa que me educou e a quem, até hoje, por força dos seus ensinamentos nunca consegui esquecer. Dizia ela que "Educação cabe em todo canto" quando eu saia em viagem ou ia freqüentar a casa de amigos.

Foi exatamente este último tópico que, apesar da hesitação, me fez decidir por escrever. E agora, o rumo dessa  conversa passa a ter destinatário certo.

Ter filhos não significa seguir regras da sociedade. É da ordem natural das coisas. Não se sofre preconceitos se temos ou não temos filhos.

Veja que eu não fui bater na porta da sua fábrica de bebês para encomendar neto algum. Até porque já estou muito bem servido. Neto é filho com açúcar. Tenho seis. Se os homens lá em cima decidirem estarei aqui à espera de outro tanto. Isso mesmo, seis netos. Deus me deu quatro e por tabela, ganhei mais dois adotados. Não, ninguém leu nada errado. Adotado. Eu fui ADOTADO por um casalzinho de ex-alunos que me pediu para ser o "Avô Honorário" deles. Devo ser mesmo um peste de velho ranzinza e sem noção. Ninguém repito, ninguém, com alma de Cinderela deslumbrada, consegue jamais entender a grandiosidade, o alcance de um fato dessa natureza. Ser escolhido para avô. Pois é, aconteceu comigo.

Comentei com pessoas que estavam na minha casa no último domingo, sobre a suprema irresponsabilidade de um casal de idosos (61 anos) que fez tratamento e a senhora conseguiu engravidar e tiveram os filhos. Convenhamos que quando os garotos estiverem com 10 anos eles, se não morrerem antes, estarão com 71. Comentários?

Salientei que o parto após os trinta anos de idade às vezes se torna extremamente perigoso para a mãe. Quem quisesse ter filhos que colocasse a mão na massa. E só. Eu prezo, acima de tudo, o respeito. Desculpe se estou batendo demais nessa tecla, mas assim é que fui criado. Esses os meus valores.

"Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos como sabê-los"? Já dizia em tempos idos o poetinha Vinícius em seu  "Poema Enjoadinho".

No fundo, acho que você tem razão. Não pode, não tem condições e cada um faz da sua vida o que quiser. Você, decididamente não tem o perfil para ser mãe.

Do mais íntimo recôndito da minha memória me vem agora um episódio que pouca gente sabe, até mesmo na família.

Um dos meus irmãos foi "casado" e dessa união nasceu um filho. Ocorre que viviam às turras e terminaram por se separar. Ela, sentindo-se abandonada, cuidou do filho por uns tempos e achou por bem deixá-lo aos cuidados de amigos ou parentes, não sei bem. O fato é que o garoto  morreu de pneumonia antes de completar dois anos de idade, pela incúria de uma doidivanas qualquer. Comoção. Meus pais sofreram muito. Eu cheguei a conhecê-lo em um retratinho muito mal tirado. Lembrava muito a todos nós na mesma idade.   

Gostaria de lembrar que redes sociais não são exatamente o local adequado para assuntos dessa natureza. Outros tempos? Mas, como dizia minha mãe: "Em terra de sapos, de cócoras com eles."

Lembrando que o amanhã sempre virá. O mundo continua a girar, apesar de nós todos. Deixe de contemplar o próprio umbigo, baixe um pouco essa bola e não se dê a importância que você muito provavelmente não tem. Veja se consegue algum ensinamento nestas mal-traçadas. Tudo, no fundo, é uma questão de boa educação. Cresça!

12 comentários:

Jorge Ivan disse...

Caro Profe
Você é elegante até na bronca.
Um abraço. Ivan

Rosa Sorrentino Martins disse...

Hugo, acabei d ler o teu blog.Qem t magoou tanto? falaste tanto + não deste nome aos bois,porq eu teria feito isso;não deves nada a ninguem! 1 bdrjp.

Arael Costa disse...

Infelizmente, caro amigo, já deixei de usar esse "gadjet" (cachimbo) há mais de 20 anos, mas que era gostoso, era!
Lamento suas tribulações, (gostei da abronca)que só agora me informo. Felizmente você já está recuperado e me fazendo inveja com seus seis netos, pois só tenho quatro, uma das quais já Advogada militante.
Curtamos, pois os nossos domingos, com ou sem cachimbo...
Um abraço, Arael

Valdez Juval disse...

Que aconteceu, meu tenente? Acho que deixou meio mundo em "suspense". Em cima de queda, coice? Seja feliz. Seu amigo está aqui e Deus está em toda parte. Grande abraço. Tudo de bom para voce e toda a família. Valdez

José Afonso - Aracaju-SE disse...

Comandante Hugo: sou leitor assíduo do seu, ou nosso, blog. De tanto ler seus artigos e crônicas, identifico seu texto e estilo de escrever. Mas, sinceramente, desta vez fiquei tonto e não entendí sua mensagem.O que terá acontecido com o velho escriba que o deixou chateado ? Não entendí !! Será minha idade ? Acho que não, porque tenho apenas 74 anos !!!!!!!!!!!!

Carlos Cordeiro disse...

Hugão, tentei entender a quem se dirigia seu artigo, mas num saquei.
Só peço é que não se permita ficar tão magoado por safarnagnes
alheias. O ser humano é assim mesmo e agora jé é tarde pra pedir pra descer. Volte aos assuntos culturais e às memórias. Essa é que é a nossa praia. Essas pessoas são uma doençazinha no mundo e não
merecem a nossa atenção. Carlim

Maria Lúcia disse...

Hugo, o que realmente aconteceu ? Agora fiquei curiosa. Quem ler seu texto, nota que você está indignado. Qual o motivo ?

Pedro André disse...

Não pressionem o homem. O homem é bom, o homem é espetacular. Tudo isso passa. Só não passa a saudade eterna do Recife e do Bairro dos Coelhos, onde nasci e vivi até meus 17 anos, quando ingressei na Marinha de Guerra. Pedro André-Ilha do Governador-Rio de Janeiro, 13/01/2013.

Márcia Barcellos da Cunha disse...

Hugo,
É sempre muito agradável ler seus textos. Com certeza,vc nasceu para escrever... Parabéns! Grande abraço. Márcia

Hilda disse...

Hugo: não poderia ir dormir, sem antes vir até o computador verificar se voce teria acrescentado alguma coisa sobre o assunto curioso que voce escreveu hoje. NADA de NADICA !!! Estou atônita, senão vejamos: "dores físicas", "dores morais", "rede social", "escracho", "educação cabe em todo canto", "filhos", "netos", "avô honorário". O melhor que faço é ir dormir. Boa noite.

Aryl disse...

Pelo amor de Deus, PAREM de comentar esse assunto !!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Carlos Cordeiro disse...

Hugão, num quero me meter na sua vida, mas v. é meu irmão e eu fico preocupado. Pelo que entendi, você mal saiu daquela braba e resolveu andar pela internet, aí descobriu que alguém muito próximo te atacou, e de uma maneira insidiosa e covarde. Pois bem, como diria a Sanjoaneira, "deite ao desprezo". Há pessoas, que, por mais próximas que estejam de nós, não nos merecem. Já tomei muitas porradas dessas. O ser humano é uma merda mesmo. Mas pelo menos sabemos com relativa clareza quais são as pessoas que realmente nos querem bem e as que estão cagando pra nós. Isso nada tem a ver com proximidade, nem parentesco. Caráter é como arcada dentária, cada um tem a sua e v. já nasce com o desenho
dela. Fica na sua, meu irmão, relaxe, escreva, leia, converse com quem merece. Há pessoas próximas de mim me desprezam e sacaneiam. Eu observo tudo de longe, calado.
Neste carná vou pra BSB, ver meus filhos e netos. Minha próxima
viagem, se Deus quiser, será a Recife, com o objetivo de ver você e
David, que estão entre os poucos grandes e verdadeiros amigos que me restaram (ainda há vários outros, felizmente). E a Dayse, uma
ex-colega de Faculdade uma amiga à moda antiga, generosa, correta,
prestimosa. Cada vez mais cultivo essas pessoas e esqueço as demais. Faça isso também, é o conselho de seu irmão e velho amigo Carrim (de novo)