sábado, outubro 26, 2013

The Beagles




Claro que o fato me chocou. Por que a escolha da raça Beagle? Aqui, nesta sessão nostalgia, revelo que fui apresntado aos cães desta raça  por volta da década de setenta por meu primo Guy Joseph possuidor de uma pequena tropa em sua casa na Rua Barão da Torre em Ipanema aonde eu ia, a fim de passar uns quantos dias sem fazer nada, a fim de escapar da rotina e do estresse. Eram extremamente suaves dóceis, inteligentes e acima de tudo lindos. Não tinha idéia das "maldades" perpetradas pelo laboratório. Ouvia falar de crueldades cometidas contra pequenos ratinhos, mas quem se importa com alguns ratos? Crueldade maior fez a URSS, na década de cinqüenta, quando mandou para o espaço sideral uma cadelinha chamada Laika que jamais retornou. Ninguém falou nada. Bico calado. Nessa confusa "Batalha dos Beagles", gostaria de deixar no ar uma perguntinha pra lá de impertinente:

"E se as pesquisas fossem conduzidas com Pit-Bulls e Rottweilers, será que os heróis ativistas agiriam da mesma maneira?" Cartas à Redação. HC  

O Clipe do Dia


quinta-feira, outubro 24, 2013

O Obscuro Momento de Nossa História Política


Ninguém ouve, ninguém vê, ninguém fala!...
Observando Lula caminhando, no tempo e no espaço de sua vida como metalúrgico, pré-político, político, Presidente e ex-Presidente fica muito claro nesse histórico, que “ele” e “os” que lhe seguiram ignoravam a essência da vida e das relações desta com o todo da realidade social, o que não me surpreende, pois ignoram até hoje!... Junte-se a isso a falta de pudor ético somado à sua obsessão pelo poder. Mas que forma de poder?
 
O Autocrata! O que penso sobre Lula não visa segregar sua conhecida ignorância do saber, como ser social, nem por outra razão qualquer, mas diferenciá-lo pela petulante e “consciente” incapacidade de aceitar aquilo e aquele que contrariar o que ele estabeleceu como meta para atingir seus objetivos de poder político... ...Disso ninguém o demoverá, pois esta é a característica antropológica encarquilhada na gênese de seu caráter!
 
Seus onipotentes e distorcidos pensamentos políticos o levou a um “ritual canônico” e em satisfação às suas “tendências messiânicas, foi ungido como soberano de uma grei que o batizou como salvador da pátria”, segundo um mandamento absolutista que buscaram num “Monte Sinai imaginário” para consolidarem-se como grupamento político, que hoje causa tanto mal à verdadeira política convencional e à sociedade, com suas teorias socialistas enxertadas por comportamentos “esquerdopatas marxistoides”.


A essa altura, jazia um corpo inerte, oriundo de uma abiogênese... ...faltava-lhe apenas a alma, que, então ectoplasmou-se, como fantasma de uma pseudoideologia, no cadinho de um período de anomalia da política que se estabelecera.


Já “corpo e alma”, o jovem “ser” recebia os cuidados do pai e “dos babás”, com dedicação extrema, por isso a criatura apresentava bochechas gordas e rosadas; covinhas e dobrinhas; o sorriso e o olhar, no entanto, pareciam com os do “Bebê de Rosemary”, mesmo assim, pessoas de fora do “grupo maldito”, afagavam-lhe e diziam: que engraçadinho(sem genero) é parecido com seu criador!...


Resultou no Neolulopetismo, “monstro” que, com seus tentáculos, causa e causará tanto mal, por tantos ou mais anos, pior do que os desvios causados no período de exceção do regime militar, cujas consequências, sociais e econômicas, sofremos até hoje.


Mas o Neolulopetismo tem em sua essência o mal do Maniqueísmo, através do qual tenta privar-nos: de nossas individualidades, do congraçamento do Povo, da liberdade de imprensa e, com isso, da liberdade de nos expressar. Carrega sua verborragia com adjetivações de: pobres, ricos, classe média, brancos, negros, elite, banqueiros, burgueses, pobres do Nordeste, elites do Sudeste!... ...Clichês de teorias autocratas: cruéis, segregacionistas, tendenciosas, separatistas, com o nítido intuito de dividir a sociedade em “castas”, pois Lula sabe que: o que divide para a sociedade multiplica para ele, esquecendo-se de uma verdade axiomática, que o que carateriza “a pluralidade antropológica do ser humano” não é sinônimo de “pluralidade social”.


A Engenharia da Natureza prova nossas semelhanças como seres humanos, mas nos distingue pelo “intangível” de nossas individualidades tais como: o saber, a inteligência e a capacidade intrínseca de entendermos a essência de nossas vidas e as relações destas com o todo da Natureza, ou seja: nossas percepções sensoriais!...


É esse imensurável e intangível poder, que, aleatoriamente, dimensiona: nossas virtudes, nossos defeitos, nossos erros, nossos acertos, nossas verdades, nossas mentiras, nossos ódios, nossos amores, nosso saber e nossa ignorância!... ...tornando-nos diferentes como indivíduos, não como “seres humanos”! Mas a índole do transgressor é transgredir. Não podemos esperar que Lula e seu “bando” se auto corrijam... ...isso é uma utopia... ...cabe á sociedade fazê-lo! Na letra da lei, há uma parafernália de normas e regulamentos que coíbem a corrupção, mas, contraditoriamente, a essência do Neolulopetismo é ser corrupto...
 
Examinemos o exemplo do “Caso Celso Daniel”, que, se tivesse sido apurado no “seu tempo e espaço apropriados”, ter-nos-ia livrado desse mal... ...pois sabemos que obrigavam o Prefeito Daniel desviar dinheiro da Prefeitura para a campanha de Lula, na eleição de 2002; por esses e tantos outros motivos é que ele e seu bando de larápios aloprados, burlam a Lei e se vangloriam, debocham e escarnecem, sobre a sociedade!


Por essas razões as Três Casas do Governo e a sociedade já estão comprometidas em suas essências: as Células Familiares, a Rua, o Bairro, o Distrito, o Município, o Estado Simples, o Estado Federal e Entidades de Direito Privado, mas o pior de tudo é que estão também comprometidos, os últimos refúgios de nossa soberania: a “Imprensa” e a “Malha da Justiça”!...
 
Os “delitos” que se caraterizam como transgressão e a "obediência" aos fundamentos da ordem social, são princípios, que, na letra fria da Lei, se antepõem por linhas paralelas muito tênues, que foram amplamente alargadas pelo justicialismo para dar passagem a Lula e seu séquito de saqueadores aloprados. Por essas razões e que a “essência” da lei natural e perene deve ser preservada através da reação do homem ético, se manifestando, pelos meios que dispuser através de suas reações de indignação e repúdio às ações de corrupção que encontrar no seu “caminho”.
 
Vê-los caminhar na faixa escura desse aparelhamento, no exercício político, não causa mais espanto aos hipnotizados pela “síndrome de submissão” e pela “moeda de troca” do câmbio usado por Lula e seu bando. Até quando vão durar essas indiferenças dos “mercadores”, que: olham e não enxergam; ouvem e não escutam... ...por isso não falam, não agem!..


Delmar Fontoura

terça-feira, outubro 22, 2013

Mercantes de arte

Plínio Palhano

A era dos marchands internacionais que construíram o mercado de arte dos séculos XIX e XX passou, mas deixou uma história mútua de pactos, entre artistas e comerciantes, para a conquista de uma nova mentalidade de vendas de obras, porque, então, os compradores estavam mais próximos: eram burgueses e capitalistas.

O impressionismo, que foi um movimento, no início, rejeitado pelo público e pelo mercado, teve que suportar mais de 10 anos para iniciar os primeiros passos no convencimento aos investidores e colecionadores para adquirir pinturas que tinham como substrato a luz. Foi o visionário marchand Paul Durand-Ruel quem começou a comprar as obras dos artistas impressionistas e a divulgá-las no mercado parisiense e no mundo. As pinturas impressionistas, naquela ocasião, começaram a ter uma dimensão sempre crescente na cotação de preços. Também contaram com os investimentos de Ambroise Vollard, comerciante culto e de perfeita relação com os artistas impressionistas, cubistas e de outros movimentos do início do século XX. Picasso, inclusive, realizou uma obra cubista representando um retrato de Vollard.

Um dos maiores representantes comerciais da nova pintura, a de vanguarda — em destaque, o cubismo —, foi Daniel-Henry Kahnweiler; que alcançou uma espécie de exclusividade quando se tratava de obras cubistas; segundo seu depoimento publicado no livro Minhas galerias e meus pintores, conseguiu vender uma enorme quantidade de obras cubistas. E disse que, se tivesse guardado essas obras, elas renderiam bilhões de dólares. Mas, à época, ele vendia a preços baixos. Picasso, Braque, Derain, Léger, Juan Gris, Vlaminck, Soutine e outros foram artistas de suas relações comerciais e amigáveis.

É claro que outros nomes de marchands importantes atuaram nesse período, mas não com tanto peso como esses que estiveram perto da maior produção de arte entre os dois séculos. Um deles, que viveu até 1998, herdeiro de uma das maiores fortunas do comércio de obras de arte, foi o francês Daniel Wildenstein, considerado um dos mais influentes do planeta, consultado pelo papa Paulo VI sobre obras-primas do Vaticano que o pontífice pretendia vender para fazer doações. Wildenstein testemunhou a grande crise no mercado em 1991. E afirmou que a quebradeira foi de grande porte. A partir daí, o mercado de arte internacional tomou outro rumo.

Plínio Palhano é artista plástico

segunda-feira, outubro 21, 2013

Mesmo com Lula, PT teme ser derrotado em 2014



Apesar das aparências, é de grande preocupação, quase pânico, o ambiente no PT. Após exame das pesquisas posteriores à aliança entre Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva, a cúpula petista já avalia que há risco de derrota ainda que o candidato venha a ser o ex-presidente Lula. Projeções indicam 2º turno, e um dado é devastador: caíram à metade eleitores que votam “com certeza” no candidato de Lula.

Já não é o mesmo

O Datafolha indicou em 2010 que 60% do eleitorado votava “com certeza” em candidato apontado por Lula. Esse numero caiu para 34%.

Sinal amarelo

As estimativas de segundo turno do PT x PSDB, nas presidenciais, são animadoras para o tucano Aécio Neves, segundo pesquisas recentes.

Tendência
As projeções de segundo turno Dilma-Michel contra Eduardo-Marina, por exemplo, indicam uma diferença pró-PT, hoje, inferior a 7%.

Renovação
A chamada “fadiga de material”, que ajudou Lula a derrotar o PSDB em 2002, hoje conspira contra os petistas e ainda atrapalha os tucanos.


Coluna Cláudio Humberto

Brasil Invertido - Aposentadoria X Bolsa-Família

José Virgolino de Alencar


O governo transformou o Bolsa-Família numa inatividade bem remunerada, com o beneficiário dispensando qualquer trabalho produtivo, contentando-se com um provento que, em muitos casos, supera o salário mínimo.

Por outro lado, o mesmo governo fez da aposentadoria uma sub-bolsa-família, onde o inativo, que produziu e contribuiu durante a atividade, percebe, na grande maioria, o salário mínimo.

Os aposentados que ganham valores superiores ao salário mínimo têm seus proventos corrigidos em percentuais inferiores ao do mínimo, de modo que as duas remunerações sempre se encontram e se igualam lá na frente e o inativo é empurrado para a classe de menor salário.

E aí surge o tremendo paradoxo: esses segmentos, bolsa família e assalariado mínimo, são os clientes/eleitores do sistema, e como são maioria do eleitorado, está garantida a continuidade no poder dos carrascos dos mal remunerados.

O que fazer, se aquela gente gosta de ser estóica, masoquista ou autoflagelada?

Esse modelo já se constitui numa receita da analfocracia e no Brasil isso se faz mito, embora os (poucos) bem-formados saibam que, na realidade, é uma mitomania, uma mistificação.

Assim é o Brasil invertido. O velho se diz novo e o novo já vem superado.

domingo, outubro 20, 2013

TADINHO!


O senador Renan Calheiros, presidente do Senado
Foto: André Coelho / Arquivo O Globo

BRASÍLIA - Acabou a comida na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A suspensão de uma licitação superfaturada para abastecer a residência oficial com uma quantidade de comida suficiente para alimentar um batalhão, no dia 2 deste mês, vem obrigando Renan, a mulher Verônica Calheiros e os dois filhos a comer fora ou na casa de amigos desde o início da semana. A licitação preparada pelo setor ligado à Diretoria Geral da Casa previa, entre outros itens da boa gastronomia, 25 quilos de camarão vermelho grande, 20 quilos de frutos do mar, 1,7 tonelada de 33 tipos diferentes de carnes, sendo 100 quilos de filé mignon, além do trivial arroz e feijão. Por seis meses, a licitação tinha um custo orçado em R$ 98 mil.


Mesmo assumindo que a licitação estava superfaturada pela assessoria de Renan, os R$ 98 mil por seis meses ainda está muito abaixo dos R$ 290 mil pagos pelo Senado no ano passado para abastecer a residência quando estava lá o ex-presidente José Sarney. Com residência própria em Brasília, Sarney nem ocupava permanentemente a residência oficial .


- Renan está almoçando no restaurante do Senado, pagando do próprio bolso. Sua esposa também está comendo fora. A licitação vai ser redimensionada para eliminar itens superfaturados e supérfluos. Também vai haver corte na quantidade de camarão e outros itens. A ideia é cortar mais da metade do custo antes previsto e adequar as quantidades apenas para o presidente e sua esposa. Os servidores não mais farão suas refeições no local, porque recebem ticket alimentação - informou a assessoria de Renan.


Em nota divulgada no final da tarde desta quinta-feira, a assessoria de imprensa do gabinete de Renan negou que falte alimentos na casa do presidente do Senado. Porém, no texto, a assessoria de imprensa confirma que a licitação anterior foi suspensa e diz que “uma nova licitação já está prevista para ocorrer”, sem explicar como ocorre o suprimento de alimentos nesse intervalo entre as licitações.


No pregão suspenso, a previsão era que a família Renan e convidados pudessem fazer muitos churrascos na residência oficial: 50 quilos de picanha, 54 quilos de linguiça, 50 quilos de carvão, 160 quilos de pão francês, além de 20 quilos de salmão e 55 quilos de queijos variados.

Embora reconhecidamente faturados, os gastos para abastecimento da residência oficial de Renan são modestos se comparados com os gastos contratados pelo governador do Ceará, Cid Gomes, para esse ano. De acordo com matéria publicada pelo GLOBO, o chamado “caviargate” de Cid foi mantido e prevê a contratação de um buffet, no valor de R$ 3,4 milhões, para abastecer a cozinha da residência oficial e o gabinete do governador com iguarias que incluem centenas de quilos do que há de mais fino na culinária internacional.


O edital publicado dia 1º de agosto diz que o contrato — que prevê também decoração e fornecimento de taças de cristal, arranjos com orquídeas, 700 garçons, 500 garçonetes e 15 chefs de cozinha — tem validade de um ano.

Depois da publicação da matéria, Cid reclamou e disse que cortaria do cardápio todos os pratos com nome de iguarias sofisticadas, mas isso não implicaria na redução do valor contratado. O cardápio previsto no edital para a contratação dos serviços prevê até 495 pratos diferentes, e se apresenta com uma variação de receitas preparadas com caviar, escargots, bacalhau, salmão, presunto de Parma, funghi, vieiras, frutos do mar, pães exóticos, croissants, toucinho do céu ou trufas. Ingredientes indispensáveis nas cozinhas dos grandes chefs.

O Clipe do Dia



PIROU DE VEZ...

De onde vêm aquellos ojos verdes...

Repasso como recebi, com todo o respeito, naturalmente. Eu sempre cantei essa pedra mas vocês não acreditavam. 
O filho de Chico Buarque de Holanda. SERÁ?... Pode ser; aliás, tomara que seja... Seria um boa recomendação em favor do sr. Eduardo Campos, atual governador de Pernambuco e pretendente da presidência, pois Chico Buarque é homem inteligente e um de nossos melhores compositores de todos os tempos, apesar de desastroso nas posições políticas que às vezes assume. Mas, se considerarmos as tendências ou aparentes preferências que vem mostrando o referido governador, parece que é filho mesmo, pois até nisso também se parecem...


ESTA PROBABILIDADE PRECISA SER CONFIRMADA OU DESMENTIDA DE VEZ, ATÉ MESMO PARA O BEM DA VERDADE HISTÓRICA. O GOVERNADOR È NETO DO EX-GOVERNADOR MIGUEL ARRAIS POR PARTE DE MÃE. E O CHICO, COMO MÚSICO OU ESCRITOR, SEMPRE SERÁ O GENIAL CHICO BUARQUE DE HOLANDA, COMPOSITOR DE TANTAS OBRAS PRIMAS COMO "RODA VIVA", "CAROLINA", "RETRATO EM BRANCO E PRETO", ETC, ETC. ETC...

Do Rio de Janeiro, Jarbinhas D’adelaide– Escândalo no mundo da música e da política.

"No começo da tarde de 17 de junho de 2011 veio a público a notícia de que o afamado cantor e compositor Chico Buarque, um dos ícones máximos da cultura brasileira, assumiu a paternidade do atual governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Em entrevista exclusiva, Chico nos falou sobre o acontecimento. “Quando jovem, fiz uma turnê bem extensa pelo Nordeste. Naquela época eu era muito promíscuo e inconseqüente, assim, acabava dormindo com muitas moças”, revela sem arrependimentos. “Recordo-me de ter sido muito bem recebido no ano de 1964 na cidade do Recife. Fiquei hospedado na casa de um produtores locais. Era no Bairro de Casa Forte, é esse o nome? Os ares da ditadura já começavam a dar as caras, logo, a gente tinha que ficar em posição discreta.

Na casa desse produtor habitava uma moça de beleza radiante, era a filha dele! Risos. Nós mantivemos um relacionamento intenso, rápido e oculto. Meses depois recebi uma carta dela dizendo que estava grávida. Eu, cretinamente, ignorei. Há uns anos atrás minha consciência apertou muito (coisas da meia-idade). Fui tomado de curiosidade muito forte em saber quem era o meu filho e, impressionantemente, fui impactado com uma surpreendente descoberta: ele é o Governador de Pernambuco! Que orgulho! Eu já era um admirador das terras pernambucanas, agora me sinto fazendo parte do DNA da Cidade Maurícia”, finalizou Chico.

Antes que ele pedisse o desligamento do nosso gravador, questionamos os motivos de não ter assumido a criança logo na época da notícia. Ele diz: “Quando eu era jovem, o sentimento de eternidade habitava em mim, não via sentido em criar um filho e me sentir com uma responsabilidade tão grande. Espero que ele possa me perdoar”, completou emocionado."

Ligamos para a residência do Governador Eduardo Campos no Recife. Ao nos atender, já tinha tomado conhecimento do fato há aproximadamente 48 horas. Deu-nos poucas palavras e demonstrou pouco conforto em tratar publicamente do caso. “Há anos procurava minha identidade paterna. Minha mãe escondeu durante todos esses anos e agora me sinto aliviado (ainda que triste) em saber quem é o meu progenitor”, afirma o político em tom melancólico. “Saber que sou filho de uma personalidade tão imortal me assusta um pouco. Ao menos a partir de agora, quem sabe, ele não faz mais shows aqui em Recife e com preços mais acessíveis?”, tentou minimizar bem humoradamente Eduardo.

sexta-feira, outubro 18, 2013

Saudades do Brasil




Angenor ( é ANGENOR, mesmo) de Oliveira era o seu nome. Cartola, o grande poeta da Música Popular Brasileira, seu epíteto, sua marca registrada. O Poeta das Rosas, como também era conhecido tem na sua lavra sambas antológicos como O Mundo é um Moinho, As Rosas Não Falam, etc. Tinha apenas o curso Primário. Seus sambas se popularizaram na década de 1930, com as vozes ilustres de gente como Araci de Almeida, Carmen Miranda, Francisco Alves, Mário Reis e Sílvio Caldas. No início da década seguinte, Cartola desapareceu do cenário musical carioca e chegou a ser dado como morto. Pouco se sabe sobre aquele período, Cartola só foi reencontrado em 1956 pelo jornalista Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta), trabalhando como lavador de carros em Ipanema. Graças a Sérgio Porto, Cartola voltou a cantar, levando-o a programas de rádio e fazendo-o compor novos sambas para serem gravados. A partir daí, o compositor é redescoberto por toda uma nova safra de intérpretes. Em 1974, aos 66 anos, Cartola gravou o primeiro de seus quatro discos-solo e sua carreira tomou novo impulso com clássicos instantâneos como "As Rosas Não Falam", "O Mundo é um Moinho", "Acontece", "O Sol Nascerá" ,"Quem Me Vê Sorrindo" , "Cordas de Aço", "Alvorada" e "Alegria".  Se encantou em 1980. O clipe apresenta "Sim" um dos melhores sambas já perpetrados pelo grande poeta. Bela melodia, cheia de semi-tons o que vem realçar mais ainda a sua genialidade.

quarta-feira, outubro 16, 2013

Jornal da Aliança


O Clipe do Dia


Irmãos siameses

Ipojuca Pontes

“Pior do que um partido revolucionário só outro partido revolucionário” (Raymond Aron)

Sumiu do noticiário da mídia amestrada no comunismo o caso da deputada Janira Rocha, presidente do PSOL do Rio de Janeiro e líder do partido na Assembléia Legislativa do Estado. A deputada Janira, sempre engajada na luta pela urgente implantação do socialismo cubano no Brasil e intransigente defensora da ação dos mascarados nas manifestações de rua, está sendo investigada pela Corregedoria da Alerj por “quebra de decoro parlamentar”, um procedimento que, em tese, visa expurgar da atividade legislativa os políticos envolvidos em fraudes, desvios, roubos e falcatruas.

Dep. Janira Rocha
Em retrospecto, os “malfeitos” da deputada são inúmeros, a começar pelos crimes de cotização, caixa 2, boca de urna e desvio de dinheiro do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social (Sindsprev/RJ), entidade acusada de sonegar o Imposto de Renda, do qual a deputada psolista foi diretora financeira. (Numa gravação entregue à Corregedoria da Alerj, Janira confessa que usou o dinheiro desviado do  Sindsprev/RJ não só para se eleger, como para bancar outras campanhas e para a criação e estruturação do próprio PSOL).  
   
No que tange ao crime de “cotização” - delito em que o parlamentar se apossa dos proventos de servidores fantasmas -, a líder revolucionária logra até 80% dos salários  que atingem, em média, a casa de R$ 8.000 mensais. Dado instrutivo: em depoimento à Corregedoria da Alerj, Maria das Graças Santos, uma das suas 15 “assessoras cotistas”, diz que a coisa ultrapassou os limites quando a exigente deputada, reunida em grupo, “alegou que iria precisar de mais dinheiro para mudar o perfil e atrair o eleitor formador de opinião. Ela precisaria gastar para se vestir melhor e pagar fonoaudiólogo para ter um timbre de voz diferente”. 
  
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), como se sabe, é uma agremiação radical instituída em 2004 a partir do cisma dos seus integrantes com o PT de Lula - este, por sua vez, tido pelos então dissidentes como “conservador”. O PSOL reúne leninistas, trotskistas, marxistas libertários, eurocomunistas e maoístas disfarçados, todos rezando pela cartilha do teórico Antonio Gramsci, literalmente um monstro físico e moral (corcunda, estuprou a esposa russa) que pretende impor à sociedade a “revolução passiva” - no fundo, o mesmo totalitarismo estatal preconizado por Marx, Lenin et caterva. (Numa linguagem cifrada, largada no mistifório obscuro de seus “Cadernos”, o fanático italiano chama o marxismo de “filosofia da práxis”, em vez de classe, usa a expressão “grupo social” e inventa os conceitos de “hegemonia”, “intelectual orgânico” e do “Moderno Príncipe” – uma chupação do Príncipe de Maquiavel para definir partidos tais como o PT e facções comunistas em geral). 
 
PSOL e PT, palmatórias do mundo, são irmãos siameses. As práticas criminosas  adotadas pela sua presidente no Rio de Janeiro são as mesmas utilizadas nos primórdios pelo Partido dos Trabalhadores, viciado, quando assumiu o mando das primeiras prefeituras, na arrecadação de propinas, aparelhamento dos órgãos públicos, achaques, cotização, caixa 2 e quantas estripulias fossem necessárias para que hoje viesse a se tornar dono do Brasil e um dos partidos mais ricos do mundo. O PSOL aspira chegar ao poder, quem sabe no lugar do PT de Dom Lula e, uma vez nele, reeditar a máxima consagrada pelo melancólico Príncipe de Lampedusa: “É preciso que tudo mude para que tudo, depois, retorne à mesma”.   
  
Como no filme de Milestone, não há nada de novo no front: em geral, sabemos todos, os partidos da esquerda salvacionista, especialmente quando no monopólio do governo foram, são ou serão corruptos, mentirosos, arbitrários e, havendo margem, genocidas. Lenin, que dizia ter materializado na URSS as idéias de Marx, planejava assaltos bancários e aparatos de tortura – no que era tipo refinado. Fidel, por sua vez, antes mesmo de se tornar cultuado líder, foi sicário funcional.   
  
Sim, estas são lições e práticas do mundo revolucionário. Por que vocês acham que o velho Brasil transformou-se no “tudo isto que ai está”?
        

domingo, outubro 13, 2013

O Clipe do Dia


Era o que faltava!

Bernardo Caram, Estadão


O Ministério do Desenvolvimento Social constatou que 2.168 políticos que estão atualmente em exercício de mandato recebiam o benefício do programa Bolsa Família de forma irregular. A comprovação foi feita após uma busca para identificar beneficiários que foram eleitos em 2012. O pagamento a todos os envolvidos foi cancelado pelo governo.

Desde o início do ano, o ministério trabalhou em um cruzamento de dados que analisou a lista de contemplados pelo programa e a base de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Esta é a primeira vez que o procedimento é feito desde o início do programa Bolsa Família, criado há dez anos.

Leia mais em Mais de 2 mil políticos com mandato recebiam Bolsa Família

quinta-feira, outubro 10, 2013

O Evangelho segundo Luiz Mott

Olavo de Carvalho


O líder gay Luiz Mott, que se diz “Professor Doutor” e talvez o seja mesmo, já que os portadores desses títulos abundam nesta parte do universo, enviou ao jornal eletrônico Mídia Sem Máscara uma carta em que faz restrições literárias e teológicas ao meu artigo “Conspiração de Iniqüidades” (aqui publicado em 25 de junho). Sob o primeiro aspecto, ele o chama de “prolixo e pedante texto”. Achei particularmente adorável esse negócio de “tetexto” logo na entrada de uma reprimenda estilística. Mas deixemos isso para lá. Os professores doutores, no Brasil, escrevem assim mesmo, e de há muito já desisti de fazer algo por eles.

No que diz respeito ao conteúdo, meu artigo, segundo o referido, “ peca pelo abuso dos silogismos e calúnias contra a estratégia do Movimento Homossexual Brasileiro em ter reconhecidos seus direitos elementares de cidadania: do mesmo modo como os pastores e padres não podem nos púlpitos ou nas suas televisões citar e defender os versículos bíblicos que estimulam e abençoam o racismo, a discriminação contra as mulhres e a intolerância religiosa, assim também, a Lei deve proteger os homossexuais dos ataques e calúnias de quantos abusam do santo nome de Deus para semear o ódio contra cidadãos homossexuais que jamais foram condenados pelo Filho de Deus, Nosso Senhora Jesus Cristo. Portanto, Olavo de Carvalho, o Papa Ratzinger, os pastores fundamentalistas et caterva podem espernear a vontade, pois a história mais cedo que se espera, fará justiça contra esses fariseus, reconhecendo que também os homossexuais são templos do Espírito Santo e revelam, quando discriminados, a verdadeira face de Jesus. É legal ser homossexual! ”

Eu gostaria de responder a isso, mas creio que não posso fazê-lo. A mensagem, breve o quanto seja, traz tantos pressupostos subentendidos que o simples esforço de elucidar o seu sentido vai consumir praticamente todo o espaço desse artigo.

Em primeiro lugar, se há na Bíblia “ versículos que estimulam e abençoam o racismo, a discriminação contra as mulhres e a intolerância religiosa ”, então, evidentemente, o delito nefando de homofobia não está só nuns quantos padres, pastores e rabinos que “abusam do santo nome de Deus” , e sim na própria Bíblia. O livro sagrado dos cristãos e judeus, segundo o Professor Doutor Mott, é criminoso em si. O Professor Doutor se faz de humilde e inofensivo, fingindo criticar apenas uns tantos abusados, quando na verdade ataca e criminaliza duas religiões na sua base mesma, na raiz da sua tradição.

O Professor Doutor não prega abertamente a proibição do livro, mas deixa claro que só está disposto a permitir sua leitura em voz alta se ele for expurgado de todos os trechos considerados inconvenientes. A pergunta “Quem fará a seleção?” é ociosa, pois, de um lado, o Professor Doutor já considerou desqualificados para essa função “o Papa Ratzinger, os pastores fundamentalistas et caterva ”, subentendendo por esta expressão latina todos os desafetos do movimento gay ; de outro lado, ele próprio já fixou o critério seletivo: devem ser excluídos todos os versículos desagradáveis aos gays, às feministas, aos abortistas, aos adeptos de religiões fetichistas e animistas, bem como aos não-cristãos e não-judeus em geral, que se sentem barbaramente discriminados ao ouvir dizer que os primeiros são Filhos de Deus e os segundos são o Povo Eleito. Também não é preciso perguntar o que sobrará da Bíblia depois dessa amputação. Não sobrará nada daquilo que hoje se entende por judaísmo ou cristianismo. O resíduo final não soará ofensivo a ninguém, exceto aos cristãos e judeus, esses discriminadores malditos. Com relação aos versículos condenados, o Professor Doutor afirma taxativamente que os sacerdotes “não podem” citá-los ou defendê-los nem mesmo dentro de seus templos respectivos. Notem bem. Ele não diz que eles “não devem” fazê-lo. Ele não diz que eles “não poderão” fazê-lo se for aprovada uma lei que os proíba. Ele diz simplesmente “não podem”, no presente do indicativo. A proibição vigora portanto desde já, independentemente de aprovado ou não o projeto de lei dito “anti-homofóbico”. E não estão proibidos só os versículos anti-homossexuais, mas também os anti-feministas, anti-fetichistas, etc. etc. Estão proibidos não por alguma lei aprovada no Congresso, mas pela decisão soberana do Professor Doutor. Mais ainda: a expressão “não poder” não significa apenas ilegalidade ou proibição. Significa impedimento real, impossibilidade objetiva. Tão logo o Professor Doutor anunciou sua vontade, ela se impõe por si mesma como uma lei cósmica, e contrariá-la se torna tão inviável quanto reverter o curso dos astros ou fazer com que dois mais dois dêem cinco.

Se os leitores duvidam que a autoridade do Professor Doutor é divina, onipotente e onipresente, leiam com atenção. Ele acaba de impugnar o texto da Bíblia, e no instante seguinte fala em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só podemos concluir que a fonte de onde ele recebeu a mensagem divina não é a Bíblia nem as tradições baseadas nela. É uma revelação direta, que revoga a anterior e traz ao mundo um novo corpo de mandamentos. Mas, se os senhores, com algum ceticismo, perguntam como chegou ao Professor Doutor essa revelação, é porque não entenderam a dupla afirmativa essencial da sua carta: “ Os homossexuais são templos do Espírito Santo e revelam, quando discriminados, a verdadeira face de Jesus”. Com relação à primeira parte, é claro que templos do Espírito Santo somos todos nós, membros da espécie humana. O Professor Doutor não iria descer do seu pedestal só para repetir uma mensagem velha de dois mil anos. A novidade que ele introduz aí é formidável: os homossexuais são templos do Espírito Santo não enquanto meros seres humanos, mas enquanto homossexuais. Há portanto uma forma especial de ser templo do Espírito Santo, a qual não deriva da condição humana em geral, mas da prática do homossexualismo. O macho da espécie torna-se um templo do Espírito Santo no instante em que vai para a cama com outro igual. A sodomia tornou-se o oitavo sacramento, revelado ao mundo pelo Professor Doutor.

Mas não pensem, por favor, que ele é apenas um profeta a mais, um Jeremias ou Isaías qualquer. Seu verdadeiro estatuto espiritual, infinitamente superior, é elucidado na segunda parte da afirmativa, onde ele declara que o homossexual discriminado – ele próprio, modéstia à parte – “revela a verdadeira face de Jesus”.

Eis aí resolvido o enigma das fontes da revelação. O Professor Doutor não “recebeu” a revelação de parte alguma, ele simplesmente é a revelação, é o Logos encarnado que vem ao mundo castigar os fariseus, rasgar as páginas da Bíblia e instaurar a nova legalidade cósmica com a lista do que pode e do que não pode.

A diferença, a novidade radical desse acontecimento é que Cristo, na sua primeira vinda ao mundo, excluiu categoricamente a possibilidade de mudar uma só letra que fosse da Lei e dos profetas. O Segundo Advento copidesca, modifica e exclui páginas inumeráveis, institui o sacramento da sodomia e destina às penas do inferno todos aqueles que, como os profetas hebraicos, enxerguem nessa prática alguma coisa de errado.

Tão logo compreendido o sentido da mensagem do Professor Doutor, nota-se facilmente que ela não pode ser respondida. Não se discute com a autoridade divina, sobretudo quando ela não vem pelos canais indiretos da profecia e da tradição, mas pela própria presença do Verbo que se fez banhas e foi sacudi-las na Parada Gay.

Tudo o que posso fazer diante de acontecimento de tal magnitude é imergir em profundo silêncio contemplativo.

***
Não poder responder à mensagem do Professor Doutor não impede, no entanto, que eu faça a respeito uma distinção básica entre o paranóico megalômano ostensivo e o camuflado. O primeiro declara abertamente que é Deus. O segundo deixa isso subentendido nas entrelinhas. O primeiro desmoraliza-se a si mesmo instantaneamente. O segundo fascina a platéia com um discurso apenas vagamente incoerente mas ao mesmo tempo envolto na aura misteriosa de uma autoridade desconhecida. Uma vez analisado o discurso, ele se revela, ao contrário do que parecia, uma construção lógica perfeitamente coerente, com um só ponto absurdo: a premissa oculta que o sustenta, a fonte mesma da sua credibilidade. Assim, por exemplo, o Professor Doutor pode ao mesmo tempo impugnar a autoridade da Bíblia e falar em nome do Cristo que a consagrou como definitiva e imutável. Parece incoerente, não é mesmo? Vindos logo em seguida um ao outro, esses dois trechos revelariam na mente do seu autor uma desatenção patológica, uma incompreensão radical do sentido do que ele próprio diz. O Professor Doutor Mott, nesse caso, seria apenas um idiota. Mas, por favor, compreendam que o Professor Doutor é o próprio Cristo reencarnado, e a impressão de incoerência se dissipará no mesmo instante. O megalômano ostensivo é apenas um louco vulgar inflado de mania de grandeza. No megalômano camuflado, a mania de grandeza soma-se à astúcia de um sociopata manipulador, capaz de fazer da sua própria loucura uma fonte de autoridade. Ele é muito mais louco, evidentemente, do que o megalômano vulgar, mas não é nem um pouco idiota, como não o era o Doutor Mabuse. É esperto ao ponto de vender sua loucura, com sucesso, como sabedoria divina.

A eficácia hipnótica desse tipo de discurso deriva, na verdade, de um truque bem elementar. A mensagem tem de vir simultaneamente em dois planos: o da contradição aparente e o da premissa oculta que a resolve trocando-a por uma absurdidade substantiva. A contradição, entrevista de longe, provoca no ouvinte um vago desconforto intelectual. Mas, se é um ouvinte de boa vontade, disposto a aceitar o orador como guia confiável, ele atribuirá essa contradição a um erro de percepção dele próprio, não do orador, e por mero automatismo apostará na existência de alguma explicação mais profunda que lhe escapa no momento. Como essa explicação profunda existe realmente, mas o ouvinte não sabe que ela é absurda, a absurdidade oculta adquire então a força estupefaciente de um atrativo mágico, de uma fonte de autoridade secreta e inapreensível. Só a análise integral do raciocínio implícito pode desfazer o encantamento, mas raros ouvintes terão a prudência – e os meios intelectuais – de realizá-la.

Se o Professor Doutor houvesse inventado essa técnica ele seria, além de Deus, um gênio. Mas ela é de uso corrente no movimento revolucionário desde o século XIV pelo menos. O homem são sabe quanto é difícil agir com justiça para com seus próximos. Mas desde aquela época têm aparecido milhões de pessoas que se julgam habilitadas a implantar o reino da justiça no planeta inteiro. Implícita nessa promessa está a pretensão de deslocar o Juízo Final da eternidade para o tempo. De passagem mística para o supratempo que transcende o fim da História, o Dia do Juízo torna-se um episódio da própria História, trazido ao mundo pelas mãos humanas dos revolucionários gnósticos. Cada revolucionário é portanto o próprio Cristo vingador, que baixa dos céus com o látego divino para castigar todos os fariseus, entre os quais, é claro, “Olavo de Carvalho, o Papa Ratzinger, os pastores fundamentalistas et caterva ”.

Não há, pois, grande originalidade no ardil empregado pelo Professor Doutor. Original, sim, é o ato falho que ele comete logo no início da sua mensagem, ao imputar ao meu artigo o delito de “abuso de silogismos”. A acusação é monstruosamente extemporânea, pois esse artigo é uma descrição e análise psicológica de certos fatos, e não uma demonstração silogística do que quer que seja. Ao proferi-la, o Professor Doutor nada disse a meu respeito, mas também não atirou no vazio. Acertou em si mesmo. Não pode haver maior abuso da técnica silogística do que usar uma contradição como anzol para fisgar o ouvinte numa premissa oculta absurda, psicótica em sentido estrito.

Para a desgraça da humanidade, esse tipo de discurso é o de uso mais freqüente entre os revolucionários, profetas do mundo novo e justiceiros globais em geral. Tão freqüente, que já o empregam por mero automatismo e rotina, sem nem precisar conscientizar a intenção maligna com que o fazem.

Se o Professor Doutor usa desse ardil demoníaco para se fazer de portador do Espírito Santo, podem estar cientes de que isso é bem mais grave do que todos os pecados sexuais – homossexuais ou heterossexuais, pouco importa -- que ele possa ter cometido ao longo da vida. Quando o Apóstolo disse : “Nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas contra os principados e as potestades das trevas”, estava aí implícita a seguinte distinção: o que leva o ser humano aos pecados do sexo é o apelo da carne e do sangue. Nenhum crente genuíno e inteligente “combate” esses pecados, nem em si mesmo nem nos outros, mas tenta, com suavidade e paciência, canalizar para algum objetivo espiritualmente legítimo o impulso primário que os move, sabendo, como disse Agostinho, que “as virtudes são feitas da mesma matéria dos vícios”. Mas carne nenhuma e sangue nenhum podem inspirar a um ser humano a idéia satânica de fazer-se passar pelo Verbo Divino encarnado para rasgar as páginas do livro que Ele declarou sagrado e intocável. Essa inspiração não tem nada a ver com sexualidade, homo ou hetero: ela vem diretamente dos principados e das potestades, e estes não podem ser melhorados ou transmutados. Não há alquimia, humana ou divina, que devolva o demônio à sua condição originária de anjo. Espiritualmente, o Professor Doutor está numa encrenca dos diabos, no sentido mais literal da expressão. No fundo, ele sabe disso perfeitamente. Não espanta que deposite suas esperanças não no Deus eterno cuja autoridade ele usurpa, e sim na pretensa justiça da deusa História, essa velha prostituta que muda de clientes a cada geração, servindo a quem lhe pague mais.

Diário do Comércio , 2 de julho de 2007

A Foto do Fato

Forçoso será dizer que... ele preferia o cheiro do cavalo ao do povo.

O Clipe do Dia



Sem comentários

quarta-feira, outubro 09, 2013

Blearghhhhhhh

Condenado pelo STF, Genoino ganhará medalha Constituinte

Cerimônia vai homenagear também presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão

  • Fernando Diniz
    Fernando Diniz Direto de Brasília
  • Condenado a seis anos e 11 meses de prisão no julgamento do mensalão, o deputado federal licenciado José Genoino (PT-SP) vai receber uma medalha nesta quarta-feira da Câmara dos Deputados pelos serviços prestados durante a elaboração da Constituição de 1988. Genoino será lembrado na mesma sessão em que serão homenageados a presidente Dilma Rousseff e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do mensalão, Joaquim Barbosa.

A cerimônia lembrará os 25 anos da Constituição promulgada em 1988, que representou a virada da ditadura militar para o período democrático. Receberão medalhas de ouro os presidentes dos Poderes da República: Dilma Rousseff (Executivo), Renan Calheiros (Senado), Henrique Eduardo Alves (Câmara) e Joaquim Barbosa (Judiciário).

Os parlamentares constituintes receberão medalhas de prata. Lideranças partidárias indicaram nomes para representar os 559 titulares da Assembleia Constituinte. O senador José Sarney (PMDB-AP), presidente da República na época da Constituinte, também receberá a honraria.

Segundo a presidência da Câmara, Genoino entrou na lista por ter sido deputado constituinte e ser, atualmente, deputado federal. Ele está licenciado da Casa por problemas de saúde e pediu aposentadoria por invalidez. O deputado será representado por seu irmão, o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE).

A Câmara também dará medalhas de bronze a jornalistas que acompanharam os trabalhos da Constituinte. 

O Clipe do Dia



Ô mulé, dá uma pena...

segunda-feira, outubro 07, 2013

O caminho de Santiago

Celso Japiassu

Quando, por volta do Século XII, espalhou-se pela Europa que o apóstolo São Tiago estava enterrado em Compostela, começou uma enorme peregrinação até aquela pequena cidade da Galícia. Eram multidões de fiéis católicos que cruzavam o Continente numa caminhada que durava muitos meses, algumas vezes alguns anos.
Aqui no Sudoeste da França, ordens religiosas criaram abadias e mosteiros para apoiarem os peregrinos e no entorno deles surgiram cidades, fundadas por aqueles que ficavam pelo caminho, na ida ou na volta. Era um trajeto duro, cansativo, cercado de perigos e a constante ameaça dos assaltantes de estrada.

Quase mil anos passados, até hoje não cessou a peregrinação a Santiago de Compostela – Saint Jacques para os franceses – e ainda se cruza pelas estradas com muitos jovens e alguns velhos, de mochila nas costas e cajado nas mãos, numa determinada busca de Deus através da mística de São Tiago, que talvez tenha sido enterrado em Compostela.

/http://celsojapiassu.blogspot.com.br/

domingo, outubro 06, 2013

Fogo

Umari Pereira

FINAL

À tardinha, o major retornava à sua cadeira de balanço, portando sua bengala, não que precisasse dela para se apoiar, era apenas um acessório,que lhe emprestava elegância e autoridade. E se alguém, porventura, ousasse lhe desrespeitar, "levava com a bengala nas orelhas", como gostava de avisar. Como já esperava um cafezinho fumegante e cheiroso, acabara de chegar pelas habilidosas e ágeis mãos de Ana Rita. O major Ulhôa , recebe a xícara enquanto se demora, mais do que de costume, fitando o rosto da bela mulher, que finge não reparar, postando-se ao lado da cadeira, com o braço esquerdo sobre o encosto, pronto para balançar a cadeira do Major,  assim que ele terminar de sorver o seu café. Depositando a xícara vazia na mesinha do lado esquerdo e se ajeitando na cadeira, o Major acende seu cigarro lançando baforadas em direção ao bueiro que também fuma. A fumaça do cigarro, soprada pelo Major Ulhôa, se confunde com a fumaça da chaminé do engenho num duelo, quase infantil, entre aquele homem sisudo e a edificação do engenho.  Entre divertida e zombeteira, Ana Rita observa  a discreta peleja do Major, como se naquele instante ele quisesse mostrar toda a sua virilidade e gênio folgazão.

O sol se pondo vai trazendo as sombras da noite e com elas os ruídos dos insetos e o murmúrio vindo das bandas das senzalas, que se preparam para dormir. Na casa grande, o silêncio só é quebrado por um ou outro ranger de móveis e o som cadenciado do engenho do grande relógio na sala de visitas.

Quem demorou a pegar no sono, apura os ouvidos pras bandas da casa grande, tentando adivinhar sussurros e murmúrios, quase gritos abafados... Alguns se benzem se esconjurando... Outros, em estado de pura excitação, chegam a visualizar cenas eróticas, por trás daquelas grossas paredes. Levado a se ausentar do Fogaréu, para resolver assuntos na Capital, o Major Ulhôa se demora na cidade. Quando volta ao engenho encontra Ana Rita ressabiada, desconfiada, ofendida. Calada, sem a alegria costumeira. Ana Rita continuava sua rotina de afazeres e cumprindo o ritual do cafezinho e da cadeira de balanço todas as tardes. De vez em quando, passava um trabalhador, cumprimentando o Major, que respondia com leve aceno de cabeça. A cena se repetiu pela tarde inteira, parecendo que todos os moradores do Fogaréu, queriam olhar a cara do Major Ulhôa, que imediatamente mandou chamar o chefe dos trabalhadores, para esclarecer a estranha movimentação. Ana Rita sumiu para dentro do casarão. Foi aí que Ulhôa ficou sabendo que Ana Rita tinha emprenhado.

- Quem foi o "filho de uma égua", que teve a audácia de bulir com a moça?  Perguntou o Major, enraivecido, aos gritos.

- Ninguém sabe Major! E ela não conta pra ninguém... Não teve jeito!

- Chame essa menina aqui! Berrou o Major Ulhôa.  Você pode ir se embora, pro seu trabalho!

Ana Rita chegou de mansinho, amedrontada, chorando baixinho. O Major procurando acalmá-la prometeu que o "cabra" iria pagar muito bem pago, pelo que tinha feito a ela. Ana Rita, entre um soluço e outro, disse que não havia "cabra" nenhum. Que nunca conhecera outro homem a não ser o Major Ulhôa! Foi como se o Major tivesse levado o coice de uma mula!

- Na minha idade! Você tem certeza?

- Pela hóstia consagrada, jurou a moça de joelhos.

Tempos depois, o Major recebe o rábula, que llhe fazia as vezes legais. Assina um papel e o despede em seguida.

Ana Rita teve um menino, da sua cor e os olhos azuis do Major. Todos a tratavam com respeito e ai de quem tirasse gracinha com ela!

Depois que o Major faleceu, o rábula trouxe-lho papel assinado pelo Major: era o testamento dele, deixando o engeho Fogaréu para Ana Rita e seu filho, Ulhôa de Souza Filho.


sábado, outubro 05, 2013

Pílulas de Vida do Dr. Ross...

Quem sabe poderá dar certo...

Novo  programa     MAIS  JUÍZES

Devido ao longo tempo necessário para o judiciário julgar os casos de corrupção, por uma evidente falta de juízes,  a presidenta poderia agir como fez com os médicos:

Contratar juízes estrangeiros , dispensando-os do exame de Ordem e do exame de admissão à Magistratura.

Seriam ótimos os juízes chineses, japoneses, árabes,  que até cobram as balas para  fuzilamento de condenados, cortam as mãos de ladrões, (Lula pelo que fez, só cortaram um dedo; é pouco). Os novos juízes seriam mandados para as regiões mais carentes como Brasília, Maranhão, Alagoas, para avaliar os gastos da Copa, mensalões, dinheiro na cueca, verbas e demais desvios, dos quais Lula e Dilma nunca sabem de nada.

Vamos encaminhar este projeto. MAIS JUÍZES PARA UM JUDICIÁRIO EFICIENTE E UMA JUSTIÇA CÉLERE.

Morro de inveja:

Irlandeses vão às urnas decidir sobre eliminação do Senado
Dublin (Irlanda) A grave crise econômica por que passa a Irlanda, resgatada há três anos, e a má imagem da classe política podem favorecer o governo e encorajar o eleitorado a aceitar a eliminação do Senado em referendo nesta quinta-feira. Pouco mais de três milhões de irlandeses estão convocados às urnas para se pronunciar entre as 6h e as 21h GMT (entre as 3h e as 18h de Brasília) sobre a eliminação da Câmara Alta, proposta pelo executivo de coalizão como uma das reformas políticas mais ambiciosas na história do país. 

quinta-feira, outubro 03, 2013

Ah, essa falsa cultura

Hugo Caldas

Estava eu posto em sossego, tomando o meu habitual deforete ao pé da minha janela para o Atlântico, quando tão inesperadamente quanto no poema do Vinicius, me assaltou uma inquietante interrogação.

- "Pra que servem os jornalistas?"

Após alguns segundos de conjecturas, eis o que assomou o meu grácil e pobre espirito. Oras, jornalistas devem ter boa serventia visto que são pessoas supostamente possuidoras de um mínimo de conhecimento, pois seu ofício é o de bem informar às pessoas que não possuem esse mínimo de conhecimento. Mas qual! Imperioso ter que concordar com a máxima de Dona Yayá Gurgel: "não desanime meu filho, a ignorância estará sempre ao alcance da sua mão".

Mal empregado o tipo de castigo perpetrado por minha inesquecível professora Dona Tércia, qual seja, o uso indiscriminado de beliscões empurrões e cascudos para falar, escrever e pensar as coisas de maneira correta. De que valeram? Muito. Eu hoje falo, escrevo e penso com regular desembaraço. A minha noção das coisas é cristalinamente clara.

Mas dizia eu, quando fui abruptamente interrompido pelo alarde do caminhão do lixo no seu diário métier de nos tirar o sono, bem como pela inhaca resultante deste mesmo métier. "Qual o assunto do dia que não sai da tela dos telejornais?" A tragédia do Japão é claro.

Vinha esse pobre marquês de assistir ao noticioso das 13 horas. Estavam a apresentadora, uma mocinha bonitinha e seu companheiro um apresentador almofadinha paulista em animado colóquio com um professor, especialista em mil e uma coisas. Já o vi traçando frases de efeito sobre religião, história, política, enchentes e agora a pobre alma colocou a carapuça de especialista em Terremotos e Tsunamis. O dito professor/especialista deitou falação, disse algumas bobagens e desapareceu após o intervalo comercial. Esperava vê-lo continuar na sua arenga estéril, mas, cadê o homem? O canto mais limpo. Face ao misterioso desaparecimento os dois apresentadores tiveram que se virar sozinhos e de uma maneira ou de outra levaram o programa ao final.

Como não podia deixar de ser, a mocinha bonitinha veio a trocar alhos por bugalhos quando se referiu ao Japão como sendo "O Império Onde o Sol Nunca se Punha". Não riam, por caridade. Aqui pra nós minha filha, sua geografia anda meio desengonçada e você não deveria ter faltado àquela aula de história naquela tarde da Quinta-Feira Santa. Até segunda ordem o Japão é "O Império do Sol Nascente". "O Império Onde o Sol Nunca se Punha", era a Velha Albion que você, sem muito esforço, relocou para muito além da Tapobrama, mais especificamente para o oriente longínquo. Mas, liga não minha santa, um dia vosmicê aprende.

Tenho pra mim, no entanto, que desvendei o mistério do desaparecimento do "experto". Consta que ele teria ficado escondido nos bastidores às voltas com uma formidável crise de riso.

quarta-feira, outubro 02, 2013

ESCANDALOSOS URUBUS

Plínio Palhano

O poeta e crítico de arte Ferreira Gullar publicou um artigo, recentemente, com o sugestivo título Porque a vida não basta, na Folha de S.Paulo. Nele, expressa um olhar sobre uma faceta da arte contemporânea que explora o escândalo como forma de comunicação. Na sua abordagem universal, citou os exemplos de uma das Bienais de São Paulo e de uma obra de um artista brasileiro. Não o nomeou, nem a sua curadoria. Talvez para demonstrar que aquilo o que interessava ali era seu pensamento ante a crise da arte. A Bienal a que ele se referia expôs urubus engaiolados.

Para ele, as obras de arte nesse veio contemporâneo acabaram com a crítica, porque não têm o que se analisar, colocando-as como um fenômeno das manifestações sociológicas e culturais. Impressiona a Gullar a dimensão que têm os protagonistas que só provocam escândalos nas exposições, sem preocupação estética.

As suas intervenções no âmbito da crítica já são bastante conhecidas e sempre muito polêmicas. Um dos seus livros publicados, Argumentação contra a morte da arte, de 1993, criou um verdadeiro rebuliço. Alguns o colocam como conservador por contra-argumentar esse aspecto da arte contemporânea. Se não fosse o peso da história que construiu como poeta, escritor, crítico e militante dos movimentos políticos contra a ditadura, provavelmente ele não resistiria aos embates dos seguidores de Marcel Duchamp, um dos artistas, na história da arte do século XX, em quem Gullar bate, dizendo que tudo começou com ele. Todos os espaços da mídia são colocados à sua disposição para escrever ou falar, com independência, porque é uma personalidade internacional.

Em outro artigo, em 2007, o poeta ironiza a invenção dos ready-mades do artista francês. Um deles, o urinol de fabricação industrial, ao qual deu o nome de Fontaine, em que Duchamp pôs a assinatura R. Mutt, para concorrer em um salão organizado por uma associação de artistas independentes, da qual o artista fazia parte. Mas, como a assinatura não foi reconhecida, o júri ficou em dúvida se aceitaria o urinol como obra de arte. Terminou aceitando, por se tratar de uma entidade contrária à arte tradicional. Pegaria mal se negasse tanta audácia. Aceitou-a e colocou-a no fundo do salão atrás de um tabique, deixando o tão artista irado por tal desprezo que acabou abandonando, em seguida, a associação. “O urinol de Duchamp — afirmou Gullar — seria a expressão sarcástica da morte daquelas artes e, ao mesmo tempo, um modo de gozar a pretensão dos artistas que ainda se julgavam criadores de obras de arte.”

Plínio Palhano é artista plástico